Atividade: Leitura do texto ‘Novos modelos de produção e formação do engenheiro: uma abordagem CTS’.
Objetivo: Criar um contexto de reflexão sobre os fatores que devem ser considerados na estruturação de um problema em engenharia, especialmente como se relacionam as necessidades humanas e as necessidades do mercado, nesse processo.
Ações:
Leitura do texto, consultando, quando necessário, o glossário fornecido ao final dessas orientações.
Resposta às perguntas propostas, de forma manuscrita ou impressa.
Data de entrega das respostas: 22/08 (T1); 16/08 (T2)
Questões
O texto dessa atividade propõe uma reflexão ampla sobre a formação do engenheiro. Os aspectos tratados no texto não serão esgotados no debate que será realizado em 28 e 29/10. Conforme explicitado, no objetivo, buscamos criar um contexto para refletirmos sobre os fatores que devem ser considerados na estruturação de um problema em engenharia. Para orientar a interpretação do texto e destacar ideias a serem discutidas, responda as perguntas a seguir:
1. Enuncie as semelhanças e diferenças entre os modelos de formação do engenheiro, discutidos no texto.
2. Enuncie um exemplo de problema, em engenharia, orientado:
a) pelo exercício da cidadania como instrumento de mercado.
b) pela constituição de um mercado como instrumento de cidadania.
3. a) O que significa afirmar que a tecnologia não é neutra?
b) Na p. 250, os autores relatam dois fatos que exemplificam a não neutralidade da tecnologia. Apresente outro fato ou situação que também ilustra essa não neutralidade.
c) Que relação os autores estabelecem entre essa visão não neutra da tecnologia com a ética no exercício da engenharia?
4. Enuncie os dois conceitos de inovação apresentados no texto, indicando qual deles é apontado pelos autores como referência para a formação do engenheiro.
5. As ações propostas no plano da disciplina Introdução à Prática Experimental promovem a inovação em alguma das perspectivas apresentadas no texto? Justifique.
Glossário
Fordismo/taylorismo:
Formas de organização de produção industrial que provocaram mudanças significativas no ambiente fabril. Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro mecânico, desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial, que ficou conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como se chegava ao resultado final. Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de
divisão técnica do trabalho, sendo que o conhecimento do processo produtivo era de responsabilidade única do gerente, que também fiscalizava o tempo destinado a cada etapa da produção. Outra característica foi a padronização e a realização de atividades simples e repetitivas. Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez, desenvolveu o sistema de organização do trabalho industrial denominado fordismo. A principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do trabalho. O funcionário da fábrica se especializava em apenas uma etapa do processo produtivo e repetia a mesma atividade durante toda a jornada de trabalho, fato que provocava uma alienação física e psicológica nos operários, que não tinham noção do processo produtivo do automóvel. (
http://www.brasilescola.com/geografia/taylorismo-fordismo.htm, acesso em 12/10/2013).
Tecnicismo
Supervalorização da técnica em detrimento de outros aspectos que constituem determinado processo ou sistema. Funda-se no pressuposto da neutralidade científica e inspira-se nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade. Uma visão tecnicista busca reordenar determinado processo, eliminando a dimensão subjetiva, de modo a torná-lo objetivo e racional. A organização racional minimiza as interferências subjetivas que possam colocar em risco a eficiência. O aspecto principal do tecnicismo é a organização racional dos meios, como garantia de eficiência, com o ser humano ocupando uma posição secundária (baseado em
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/
verb_c_pedagogia_tecnicista.htm. Acesso em 12/10/2013).
Referenciais CTS:
Referenciais que se organizam a partir de uma leitura crítica das relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
Determinismo tecnológico:
Fundamenta-se no entendimento da mudança tecnológica como fator preponderante da mudança social. Assim os limites do que uma sociedade pode fazer são definidos pela tecnologia. Uma visão de mundo condicionada pelo determinismo tecnológico considera a tecnologia como autônoma e livre de influências sociais. Por isso, a participação da sociedade em nada pode mudar o curso do processo em andamento, configurado pela tecnologia.