OBJETIVO:
Criar um contexto de reflexão sobre os fatores que devem ser considerados na estruturação de um problema em engenharia, especialmente como se relacionam as necessidades humanas e as necessidades do mercado, nesse processo.
AÇÕES:
Leitura do texto, consultando, quando necessário, o glossário fornecido ao final dessas orientações.
Resposta às perguntas propostas, de forma manuscrita ou impressa.
Data de entrega das respostas: terceira semana
QUESTÕES
O texto dessa atividade propõe uma reflexão ampla sobre a formação do engenheiro. Os aspectos tratados no texto não serão esgotados no debate que será realizado em classe. Conforme explicitado, no objetivo, buscamos criar um contexto para refletirmos a respeito dos fatores que devem ser considerados na estruturação de um problema em engenharia. Para orientar a interpretação do texto e destacar ideias a serem discutidas, responda as perguntas a seguir:
Questão 1
Enuncie as semelhanças e diferenças entre os modelos de formação do engenheiro, discutidos no texto.
Questão 2
Enuncie um exemplo de problema, em engenharia, orientado:
a) pelo exercício da cidadania como instrumento de mercado.
b) pela constituição de um mercado como instrumento de cidadania.
Questão 3
a) O que significa afirmar que a tecnologia não é neutra?
b) Na p. 250, os autores relatam dois fatos que exemplificam a não neutralidade da tecnologia. Apresente outro fato ou situação que também ilustra essa não neutralidade.
c) Que relação os autores estabelecem entre essa visão não neutra da tecnologia com a ética no exercício da engenharia?
Questão 4
Enuncie os dois conceitos de inovação apresentados no texto, indicando qual deles é apontado pelos autores como referência para a formação do engenheiro.
Questão 5
As ações propostas no plano da disciplina Introdução à Prática Experimental promovem a inovação em alguma das perspectivas apresentadas no texto? Justifique.
GLOSSÁRIO
Big Science:
Estilo
de pesquisa científica desenvolvida durante e após a Segunda Guerra
Muncial, que definiu a organização e característica de grande parte da
pesquisa desenvolvida em física e astronomia, assim como nas ciências
biológicas em momento posterior. Caracteriza-se por facilidades e
disponibilização de instrumentos em larga escala, sustentada por fundos
governamentais e de agências internacionais, a partir dos quais a
pesquisa é conduzida por equipes e grupos de cientistas e técnicos.
Alguns dos projetos Big Science mais conhecidos estão no campo da física
de altas energias, desenvolvida no CERN (Organização Européia para
Pesquisa Nuclear), Telescópio Espacial Hubble e o programa Apolo
(traduzido de
http://global.britannica.com/EBchecked/topic/64995/Big-Science. Acesso
em 12/10/2013).
Determinismo tecnológico:
Fundamenta-se
no entendimento da mudança tecnológica como fator preponderante da
mudança social. Assim os limites do que uma sociedade pode fazer são
definidos pela tecnologia. Uma visão de mundo condicionada pelo
determinismo tecnológico considera a tecnologia como autônoma e livre de
influências sociais. Por isso, a participação da sociedade em nada pode
mudar o curso do processo em andamento, configurado pela tecnologia.
Epistemológico:
Relativo ao processo de produção de conhecimento válido e considerado verdadeiro por determinada comunidade.
Fordismo/taylorismo:
Formas de organização de produção industrial que provocaram mudanças significativas no ambiente fabril. Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro mecânico, desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial, que ficou conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como se chegava ao resultado final. Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de divisão técnica do trabalho, sendo que o conhecimento do processo produtivo era de responsabilidade única do gerente, que também fiscalizava o tempo destinado a cada etapa da produção. Outra característica foi a padronização e a realização de atividades simples e repetitivas. Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez, desenvolveu o sistema de organização do trabalho industrial denominado fordismo. A principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do trabalho. O funcionário da fábrica se especializava em apenas uma etapa do processo produtivo e repetia a mesma atividade durante toda a jornada de trabalho, fato que provocava uma alienação física e psicológica nos operários, que não tinham noção do processo produtivo do automóvel. (http://www.brasilescola.com/geografia/taylorismo-fordismo.htm, acesso em 12/10/2013).
Just in time:
‘No
tempo certo’. Expressão que significa produzir somente o que é
necessário, quando necessário e na quantidade necessária (extraído de
http://www.toyota-global.com/company/vision_philosophy/
toyota_production_system/just-in-time.html. Acesso em 12/10/2013).
Lean production:
Filosofia
de gestão focada na redução dos sete tipos de desperdícios
(super-produção, tempo de espera, transporte, excesso de processamento,
inventário, movimento e defeitos). Eliminando esses desperdícios, a
qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminuem. As ferramentas
"lean" incluem processos contínuos de análise, produção e
elementos/processos à prova de falhas. Lean é basicamente tudo o que
concerne à obtenção de materiais corretos, no local correto, na
quantidade correta, minimizando o desperdício, sendo flexível e aberto a
mudanças. (reproduzido com pequenas modificações de
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lean_manufacturing. Acesso em 12/10/2013).
Referenciais CTS:
Referenciais que se organizam a partir de uma leitura crítica das relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
Tecnicismo:
Supervalorização da técnica em detrimento de outros aspectos que constituem determinado processo ou sistema. Funda-se no pressuposto da neutralidade científica e inspira-se nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade. Uma visão tecnicista busca reordenar determinado processo, eliminando a dimensão subjetiva, de modo a torná-lo objetivo e racional. A organização racional minimiza as interferências subjetivas que possam colocar em risco a eficiência. O aspecto principal do tecnicismo é a organização racional dos meios, como garantia de eficiência, com o ser humano ocupando uma posição secundária (baseado em http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_pedagogia_tecnicista.htm. Acesso em 12/10/2013).
Tecnocracia:
Transferência do poder político de decisão a um gestor que, mesmo não sendo um especialista, parte da competência e tem em vista a eficiência. O regime tecnocrático pode ser definido, em sentido estrito, como aquele em que o tecnocrata indica, na base da competência, tanto os meios quanto os fins da ação social. Enquanto o técnico se qualifica como um perito do particular, o tecnocrata é definido como um perito do geral. Se o primeiro é um especialista, o segundo é um perito em ideias gerais, caracterizado por uma polivalência de funções e por um conhecimento global das variáveis da ação. O tecnocrata reelabora e coordena os resultados da colaboração de seus assessores, integrando-os nos mecanismos de decisão política. Diante dessa pretensa eficiência, racionalidade e neutralidade da política exercida a partir de critérios puramente técnicos, cabem as seguintes questões: Qual é a relação entre competência e política? Quem é o generalista? O tecnocrata, em sua aspiração de a tudo compreender, ou em última análise e, apesar de tudo, o político? A competência é suficiente para se decidir sobre os fins? Os fins não exigem de preferência opções de valor e de cultura? A competência é suficientemente neutra para ser exercida à margem de conflitos de interesses? Em que ponto o competente se diferencia do político na resolução do conflito de interesses essenciais? Como se comportaria o competente numa situação de conflito entre uma decisão aconselhada pela competência, mas cujas implicações poderiam levar à perda da posição de poder? (reproduzido com modificações do verbete ‘tecnocracia’, no Dicionário de Política, de Norberto Bobbio)
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